
Análise da Montax Inteligência acerca de uma das principais Corretoras de Valores do Brasil após polêmicas acusações de fraude.
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Resumo
Este artigo simples, direto e objetivo revisa a análise da Grizzly Research, empresa norte-americana especializada em análises de risco, que publicou em março de 2025 um relatório contundente no qual questiona a sustentabilidade dos lucros da XP Inc.
Segundo o documento da Grizzly Research, os lucros da XP Investimentos dependeriam fortemente de práticas que se assemelham a um “Esquema Ponzi” comparável ao que foi operado por Bernie Madoff.
Montax Inteligência utiliza uma abordagem qualitativa, com revisão de literatura acadêmica, análise de relatórios de órgãos reguladores como o Banco Central do Brasil (Bacen), Receita Federal do Brasil (RFB), Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) e estudos de casos emblemáticos da própria Montax.
Este trabalho de Inteligência & Investigações se baseia em materiais públicos e publicados pelos governos e corporações e coletados em Inteligência de fontes abertas (OSINT) e dados de domínio público, portanto, não violamos a privacidade nem a intimidade de ninguém.
Neste artigo você vai ler:
1. Segundo o Relatório da Grizzly Research (imagem de capa), “Todos os lucros da XP dependem do que os insiders chamam de ‘Esquema Ponzi semelhante ao de Madoff’”
2. Certificado de Operações Estruturadas (COE) é fraude? Haveria conflito de interesses entre os Agentes Autônomos de Investimentos (AAI) e a venda de COEs?
3. Seria a XP uma nova TelexFREE?
4. Conclusão
1. Segundo o Relatório da Grizzly Research (imagem de capa), “Todos os lucros da XP dependem do que os insiders chamam de ‘Esquema Ponzi semelhante ao de Madoff’”
O relatório afirma que os fundos Gláudius e Coliseu, administrados pela XP e com performance extraordinária (rentabilidade de 34.606,49% em 9 anos), não obtiveram seus resultados por meio de investimentos legítimos, mas sim pela reciclagem de capital dos próprios clientes por meio de produtos estruturados como os COEs.
A XP teria registrado as entradas de capital como lucro, em vez de refletirem meramente aportes de investidores — um mecanismo que distorce os resultados operacionais reais.
Além disso, a comparação com fundos de grandes bancos brasileiros (como Itaú, Bradesco e Santander) acentua o contraste: enquanto estes apresentam rentabilidades modestas e consistentes, os fundos da XP revelam retornos quase inacreditáveis.
Isso levanta a pergunta central: por que instituições maiores e mais consolidadas não replicaram tais estratégias “milagrosas”?

Fonte: https://grizzlyreports.com/xp-entire-profits-are-dependent-on-what-insiders-call-a-madoff-like-ponzi-scheme/
2. Certificado de Operações Estruturadas (COE) é fraude? Haveria conflito de interesses entre os Agentes Autônomos de Investimentos (AAI) e a venda de COEs?
O Certificado de Operações Estruturadas (COE) foi amplamente explorado pela XP como alternativa de investimento híbrido entre renda fixa e variável.
No entanto, segundo críticas levantadas por ex-clientes, influenciadores e especialistas, o produto não só apresentava baixa rentabilidade e riscos ocultos, como era vendido agressivamente devido à elevada comissão paga aos Agentes Autônomos de Investimentos (AAIs).
Fontes internas citadas pelo relatório da Grizzly afirmam que as comissões pagas a vendedores podiam atingir 5% do valor do COE, enquanto a margem de lucro da XP era de cerca de 4%.
Ou seja, até 10% do montante investido pelo cliente não retornaria a ele em nenhuma hipótese — servindo apenas à cadeia de intermediação.
A falta de transparência também foi alvo de críticas: muitos investidores não compreendiam os riscos e acreditavam estar adquirindo produtos “seguros”, por vezes até supostamente protegidos pelo FGC, o que não é verdade.
Reclamações acumulam-se no ReclameAQUI, e diversas ações judiciais contra a XP Investimentos relatam prejuízos milionários causados pelos mal explicados COEs, muitas vezes sequer autorizados.
Dicas importantes na contratação de serviços forenses: a) Solicite um modelo de Relatório de Inteligência Financeira para uso forense (em juízo). b) Certifique-se que os serviços de inteligência financeira e investigação patrimonial no Brasil e no exterior sejam executados com métodos legais de acesso a dados, informações e provas baseado 100% em Inteligência de fontes abertas (OSINT) e dados de domínio público, sem violação da intimidade ou “quebra” de sigilo bancário, fiscal, ou telefônico, evitando anulação de provas e responsabilidade civil ou criminal. c) Prefira empresa com um time de Analistas altamente especializados e parceria com Advogados especialistas em busca de provas e recuperação de ativos que garagem a legalidade do processo investigativo e proteção da cadeia de custódia. |
3. Seria a XP uma nova TelexFREE?
A semelhança entre a XP e a TelexFREE, empresa investigada e condenada por operar esquema de pirâmide financeira, começa a ser traçada por críticos e influenciadores.
A alegação central não está no modelo de “adesão em rede” típico de pirâmides clássicas, mas sim no incentivo estrutural à venda de produtos sem alinhamento com os interesses dos clientes.
Também se multiplicam As acusações de “churning” – prática fraudulenta de girar excessivamente a carteira de investimentos apenas para gerar comissões.
Casos emblemáticos de investidores que perderam milhões foram judicializados.
Alguns relatam que assessores vinculados à XP agiam como se tivessem pleno controle da carteira, sem explicar os riscos ou a natureza dos produtos indicados. Em uma situação, um cliente relata prejuízos de R$ 2,1 milhões apenas em taxas de corretagem.
O caso XP lembra o da TelexFREE na medida em que o lucro dos operadores (neste caso, os assessores e a própria corretora) não depende necessariamente do sucesso dos investimentos dos clientes, mas sim da contínua entrada de novos recursos — e da venda agressiva de produtos com margens elevadas, como os COEs.
4. Conclusão
Embora a Grizzly Research não tenha apresentado provas definitivas de que a XP opera um esquema de pirâmide financeira, trouxe à luz práticas sistemáticas que levantam sérias dúvidas sobre a ética e a sustentabilidade do modelo de negócios da corretora.
A XP, por sua vez, nega todas as acusações, afirma seguir a legislação vigente e preza pela transparência.
Contudo, o afastamento completo do Itaú Unibanco, antigo sócio majoritário da XP, somado à abertura de inquérito pelo Ministério Público Federal e às dezenas de processos judiciais em andamento, demonstram que o debate está longe de acabar.
Assim, o questionamento permanece: a XP Investimentos é confiável? Ou seria mais um capítulo da já longa história brasileira de promessas financeiras com final trágico?
FIM
Palavras-chave:
Inteligência Financeira – Investigações Patrimoniais – Sistema de Investigação Patrimonial – Gestão de Risco – Fraudes Corporativas – Método de Pesquisa de Bens – Diligências Investigatórias – Investigação Defensiva – Evasão de Divisas – Mecanismos de Controle – Google – ChatGPT – Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica – Recuperação de Ativos – Recuperação Judicial – Fraude a Credores – Fraude à Execução – Devida Diligência – Integridade – Due Diligence – Compliance – Antifraude – Anticorrupção – Antilavagem de Dinheiro – Investimentos – Roteiro – Inteligência & Investigações – Inteligência Empresarial – Inteligência Competitiva – Manual de Investigações Corporativas – Investigações Internas – Auditoria Interna – Recuperação de Ativos – Recuperação de Créditos – Busca de Bens – Pesquisa de Bens – Pesquisa Patrimonial – Bens do Devedor – Departamentos Jurídicos – Diretores Jurídicos – Gestores Jurídicos – Escritórios de Advocacia – Advogados – Advogadas – Bancos – Instituições Financeiras – Empresas de Gestão de Ativos – Fundos de Investimento em Direitos Creditórios – Non-Performing Loan – Cooperativas de Crédito – Recuperadoras de Ativos.
SOBRE O AUTOR

Marcelo Carvalho de Montalvão é Advogado criminalista especialista em Direito Penal Econômico e investigação de crimes financeiros e diretor da Montax Inteligência, franquia de Inteligência Financeira & Investigações Corporativas para a Recuperação de Ativos, Consultoria de Risco, Compliance e Due Diligence com sede no Rio de Janeiro-RJ que já auxiliou centenas de escritórios de advocacia e departamentos jurídicos de corporações como The Coca-Cola Company (Atlanta), Petrobras S/A, PSA Group (Peugeot Citroën), Claro S/A, LG Eletronics, Kellog, Sonangol Oil & Gas, Chinatex Grains and Oils, Generali Seguros, Korea Trade Insurance Corporation (K-Sure), Estre Ambiental, Localiza Rent A Car, Cyrela, Sara Lee, Tereos, Todeschini, Magneti Marelli, Banco Pan, BTG Patual, Banco Alfa, Banco Daycoval, W3 Engenharia, Geowellex, Quantageo News Technologies e muitas outras marcas.
Autor do livro Inteligência & Indústria – Espionagem e Contraespionagem Corporativa.
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