O Quê é Atividade de Inteligência e Quais as Vantagens do Concurso ABIN Dentre os Demais Concursos?
“Nações, organizações e pessoas têm interesses e motivações que variam de acordo com sua evolução e circunstâncias”.
Marcelo de Montalvão em Inteligência & Indústria – Espionagem e Contraespionagem Corporativa
O Edital do concurso ABIN publicado em 3 de janeiro de 2018 causou expectativa para profissionais de Inteligência e concurseiros de maneira geral, principalmente porque abriu 220 vagas para o cargo de Oficial de Inteligência.
Oficial de Inteligência, o 007 brasileiro
O cargo de Oficial de Inteligência é a função mais destacada da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), porque responsável pelo planejamento, execução, coordenação, supervisionamento e controle da produção de conhecimentos de inteligência; pelas ações de salvaguarda de assuntos sensíveis; pelas operações de inteligência; pelas atividades de pesquisa e desenvolvimento científico ou tecnológico para a obtenção de dados e informações, análise e segurança da informação; desenvolvimento de recursos humanos para a atividade de inteligência; além de desenvolver e operar máquinas, veículos, aparelhos, dispositivos, instrumentos, equipamentos e sistemas necessários à atividade de inteligência.
É o “007 brasileiro”, um espião a serviço do governo do Brasil.
Quais os assuntos deste post sobre o concurso ABIN?
1- Por que o concurso ABIN é concurso público promissor dentre os concursos abertos?
2- Qual o perfil do profissional de Inteligência da ABIN, o “007” brasileiro?
Este artigo é para concurseiros ambiciosos, pessoas com personalidade forte e perfil estratégico que pretendem ser empossados no cargo de Oficial de Inteligência, para trabalhar em uma das capitais do País ou mesmo embaixadas do Brasil no exterior.
O que é a ABIN, Agência Brasileira de Inteligência?
Primeiramente, antes de entrarmos no campo de estudo da Atividade de Inteligência e falar sobre o concurso ABIN, devemos saber o que é, qual a definição ou conceito de Atividade de Inteligência e o que faz a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN).
A Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) é remanescente o extinto Serviço Nacional de Informações (SNI), famoso na época da ditadura militar.
Com a Lei 9.883/1999, que “Institui o Sistema Brasileiro de Inteligência, cria a Agência Brasileira de Inteligência – ABIN, e dá outras providências”, a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) passa a ser o órgão central do Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN), composto por dezenas de órgãos de governo para obter informações e realizar o monitoramento de pessoas e organização, no Brasil e no mundo.
Dentre os órgãos do SISBIN que considero mais importantes, além da própria ABIN, seu órgão central, destaco a Diretoria de Inteligência Policial do Departamento de Polícia Federal (DPF), o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, o Banco Central do Brasil (Bacen) e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) do Ministério da Fazenda.
A própria ABIN informa em seu website que é “órgão da Presidência da República, vinculado ao Gabinete de Segurança Institucional, responsável por fornecer ao presidente da República e a seus ministros informações e análises estratégicas, oportunas e confiáveis, necessárias ao processo de decisão. Na condição de órgão central de um sistema que reúne 38 integrantes – o Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin) –, a ABIN tem por missão assegurar que o Executivo Federal tenha acesso a conhecimentos relativos à segurança do Estado e da sociedade, como os que envolvem defesa externa, relações exteriores, segurança interna, desenvolvimento socioeconômico e desenvolvimento científico-tecnológico”.
A ABIN descreve sua Atividade de Inteligência como uma “missão institucional” e que seus profissionais de Inteligência “produzem conhecimentos estratégicos por meio da análise de fatos, eventos ou situações que permitam a identificação de oportunidades e ameaças relacionadas à proteção das fronteiras nacionais, à segurança de infraestruturas críticas, à contraespionagem, ao terrorismo, à proliferação de armas de destruição de massa, a políticas estabelecidas com outros países ou regiões, à segurança das informações e das comunicações, à defesa do meio ambiente, à proteção de conhecimentos sensíveis produzidos por entes públicos ou privados, entre outros assuntos. A ABIN constitui-se em órgão de Estado permanente, apartidário e apolítico, com atuação nacional e representações no exterior. A Agência foi criada pela lei 9.883, de 7 de dezembro de 1999, e, condizente com suas atribuições legais e sua missão institucional, não é responsável pela condução de investigações criminais”.
Atividade de Inteligência, uma das mais antigas profissões
Segundo este autor em seu livro, “Os conceitos básicos e as premissas da Atividade de Inteligência não mudaram muito desde o capítulo O emprego de espiões do livro A Arte da Guerra do general Sun Tzu (Século V a.C.), apenas evoluindo na contemporaneidade para o mundo dos negócios na parte A necessidade de um sistema de inteligência sobre o concorrente de a Estratégia Competitiva – Técnicas para Análise de Indústrias e da Concorrência do renomado professor da Harvard Business School, Michael Porter (1980). Destacamos esses capítulos dessas fabulosas obras porque os consideramos a pedra-chave para o estudo da Inteligência militar e econômica” (Inteligência & Indústria – Espionagem e Contraespionagem Corporativa, Apresentação).
General Sun Tzu, o primeiro teórico da Inteligência Militar
“A Atividade de Inteligência não deve ser confundida com políticas de Estado ou políticas de governo ou com a estratégia. Atividade de Inteligência são ações táticas e operacionais de acesso à Informação estratégica e salvaguarda de informações sensíveis que servirão para elaboração ou execução de um plano estratégico ou simples tomada de decisões” (ibidem).
Portanto, desde que o mundo é mundo, pessoas e organizações espionam, bisbilhotam ou, para usar um termo menos grosseiro ou mais eufemístico, realizam Atividade de Inteligência, que nada mais é que descobrir o que fazem e qual a intenção de pessoas e organizações, quer para aproveitar oportunidades quer para detectar ameaças a um Estado ou organização.
Em regra, praticamos Atividade de Inteligência. Os inimigos praticam espionagem.
Para evitar a Atividade de Inteligência ou espionagem alheia contra nós, realizamos a chamada Contrainteligência ou Contraespionagem, que o Edital do concurso ABIN chamou de “ações de salvaguarda de assuntos sensíveis” e a lei chama de segurança da informação.
Mas essa Atividade de Inteligência é externa, ou seja, acerca das ameaças externas, estrangeiras. Para explicar melhor, a ABIN, Agência Brasileira de Inteligência cuida da chamada “Inteligência estrangeira”, ou seja, da Inteligência no exterior, da espionagem internacional e ameaças externas, enquanto que a Polícia Federal cuida da “Inteligência doméstica”, das ameaças internas.
Da mesma forma que a CIA, a Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos da América cuida da segurança nacional contra a ameaça estrangeira e o FBI, o Escritório Federal de Investigações ou polícia federal dos EUA cuida das ameaças internas. Como os países não têm soberania sobre outros Estados nacionais, não podendo realizar prisões – como a polícia federal o faz contra pessoas e líderes de organizações que ameaçam a soberania nacional – sem ofender a soberania de outros Estados ou causar incidentes diplomáticos, a Atividade de Inteligência externa da ABIN tem grau de importância maior porque sob o aspecto da prevenção, caraterística principal da Atividade de Inteligência.
E a Atividade de Inteligência da ABIN é a Inteligência de Estado, a espionagem governamental. Ela guarda correlação, mas, não tem muito a ver com a Inteligência privada, assunto do artigo 7 Filmes Sobre Inteligência Privada e Espionagem Industrial – Alerta de Spoiler.
Curiosidades sobre a ABIN e CIA
CIA versus ABIN: Em 2013, o Analista 008997 foi exonerado pela Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) porque havia traído o governo do País ao acessar e vender informações estratégicas da própria ABIN para um agente da CIA, a Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos da América, que operava disfarçado de diplomata na embaixada dos EUA em Brasília – DF. O traidor se aposentou e respondeu processo pelo crime de violação de sigilo funcional cuja pena é de 2 a 6 anos de reclusão. A lei do Brasil permite a substituição da pena de prisão nesses casos por “medida sócio-educativa”. Nos EUA, esse comportamento resultaria ou prisão por 35 anos ou prisão perpétua do agente secreto.
LSD na bebida do inimigo: Em 1953, durante a Guerra Fria, um agente secreto traidor teria morte certa em “acidente” ou “suicídio”, como Frank Olson, cientista de armas biológicas que supostamente cometeu suicídio, mas, provavelmente foi assassinado por sua insatisfação como cobaia involuntário do Projeto MKULTRA da CIA de controle da mente e uso de psicotrópicos para tortura e coleta de informações.
ABIN e Polícia Federal, parceria atrapalhada: Em 2015, o Supremo Tribunal Federal (STF) encerrou o assunto ao rejeitar recurso da Procuradoria-Geral da República e manter a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que havia anulado todo o inquérito e provas produzidas pela Polícia Federal na Operação Satiagraha de 2004, em que o então responsável, o obstinado Delegado Protógenes Queiroz, pediu ajuda da ABIN, a Agência Brasileira de Inteligência para investigar corrupção, “lavagem” de dinheiro e evasão de divisas praticadas pelo banqueiro Daniel Dantas, controlador do Banco Opportunity, que por sua vez era controlador da Brasil Telecom (BrT), do Citigroup (EUA), fundos de pensão do Brasil e outros acionistas investidores para a aquisição de companhias estatais de telecomunicações durante o processo de privatização. Havia forte disputa societária entre o controlador Opportunity e os demais acionistas.
Sobre o concurso ABIN 2018
O último concurso ABIN foi em 2010 e exclusivamente para preenchimento de 80 vagas de oficial técnico de Inteligência e agente técnico de Inteligência. 49.275 candidatos disputaram essas 80 vagas, ou seja, foram 615 candidatos por vaga.
Antes disso, o concurso ABIN de 2008 preencheu 190 vagas, 160 delas para o cargo de Oficial de Inteligência.
O concurso ABIN atual (2018) chamou a atenção porque abriu 220 vagas para o cargo de Oficial de Inteligência, justamente em um período de crise orçamentária.
Parece que o pessoal do extinto Serviço Nacional de Informações (SNI) se aposentou!…
Além do salário inicial de mais de R$ 16 mil, a principal vantagem do Oficial de Inteligência perante os demais carreiras técnicas é a de trabalhar em qualquer Estado da Federação. Seus colegas técnicos ficarão lotadas somente em Brasília – DF.
Daí o destaque do concurso ABIN de 2018, a quantidade de vagas na carreira de Oficial de Inteligência.
O concurso ABIN exige de todos os candidatos conhecimento da Língua Portuguesa, da Atividade de Inteligência e Legislação Correlata, Direito Constitucional, Direito Administrativo, Língua Inglesa, Língua Espanhola e Raciocínio Lógico.
Para conseguir aprovação no concurso ABIN, o principal é saber falar e escrever um Português escorreito. Dica, jamais se refira a Língua Portuguesa como “português”. Não confunda o Português, o idioma oficial do Brasil, com o cidadão nascido em Portugal, erro comum entre jornalistas, advogados e outros profissionais que vivem da escrita.
O profissional de Inteligência deve dominar assuntos gerais sobre economia e política, Direito Constitucional e Administrativo, o candidato deve ser bilíngue ou trilíngue, não sendo classificatório, mas, o conhecimento de Chinês Mandarim ou Árabe, dentro do atual contexto internacional, pode ajudar o candidato especialmente na terceira etapa. Explico mais adiante.
O candidato deve se inteirar acerca da ABIN e da Atividade de Inteligência.
Se deixar para estudar e aprender sobre a Atividade de Inteligência somente após sua aprovação na primeira e segunda etapas do concurso ABIN, pode “tomar pau” na terceira etapa, de caráter eliminatório e classificatório, que consiste em realizar o Curso de Formação em Inteligência (CFI) na Escola de Inteligência (ESINT) da ABIN em Brasília – DF.
Não deve ser boa a sensação de, após aprovado nas primeira e segunda etapa, e após realizar o Curso de Formação em Inteligência (CFI) na Escola de Inteligência (ESINT) da ABIN, o candidato ser aprovado em péssima colocação, não podendo escolher a unidade da federação onde ficará lotado – vai trabalhar no “fim-do-mundo” -, ou o que é pior: Não ser aprovado na terceira etapa do concurso ABIN, não passar no Curso de Formação em Inteligência (CFI).
Seria como “morrer na praia”…
Mas, além do salário e vantagens descritas no Edital, o concurso ABIN tem outra vantagem da carreira do do Oficial de Inteligência que vou revelar (que não foi nem poderia ser revelada no Edital do concurso ABIN). Essa vantagem é de interesse particularmente dos concurseiros do Instituto Rio Branco, da carreira de Diplomata: A chance de trabalhar no exterior.
Muitos oficiais de Inteligência contemporâneos estão lotados em embaixadas do mundo todo disfarçados de secretários de Embaixada ou pessoal do “corpo técnico” (Inteligência & Indústria – Espionagem e Contraespionagem Corporativa, Capítulo 03 História da Inteligência).
O próprio filósofo Nicolau Maquiavel, pai da Filosofia Política, foi Secretário da embaixada da cidade-Estado de Florença, no século XVI d.C. Como não pertencia a nobreza, Maquiavel não podia ocupar o cargo de Embaixador. Era um profissional da Inteligência estrangeira, um espião (para o autor, Maquiavel foi o maior espião da História). Isso fica claro pela seu cargo, funções, informações e a qualidade de seus relatórios.
Em seu Epistolario (1512-1527), Maquiavel dá conselhos ao amigo Rafael Girolami que foi nomeado Embaixador da cidade-estado de Florença na Espanha junto ao rei Carlos de Habsburgo (Carlos I), com recomendações sobre comportamento social, conteúdo, forma e estilo dos relatórios de informação que reproduzimos pequeno trecho:
“[…] Mais precisamente, digo que deverás observar o caráter do homem; se governa ou se deixa governar; se é avarento, liberal, se ama a guerra ou a paz; se lhe interessa a glória ou tem outra paixão; se é amado pelo seu povo; se lhe agrada viver mais na Espanha do que em Flandres; quais as pessoas que o rodeiam e aconselham e quais as suas inclinações; isto é, se o levam a tentar a sorte em novas ações ou lhe aconselham a se contentar com o que já tem; que domínio exercem sobre ele; se são sempre as mesmas pessoas ou se mudam; se o príncipe tem amigos entre os conselheiros do rei da França e se eles são corruptíveis. […] São essas coisas que, bem consideradas e bem expostas, dar-te-ão um elevado conceito. E não te limites a reportá-las somente uma vez, mas convém repeti-las a cada dois ou três meses, com habilidade, sempre agregando algumas novidades para que a repetição pareça prudente e necessária, e não uma falsa sabedoria” (RIBEIRO, Embaixador Guilherme Luiz Leite; Os Bastidores da Diplomacia: O Bife de Zinco e outras histórias – Nova Fronteira pág. 21 – 2007).
Em outras palavras, se você sonha em trabalhar no exterior e não foi aprovado no concurso do Instituto Rio Branco, para trabalhar no Ministério das Relações Exteriores como Diplomata em missões no estrangeiro, o concurso ABIN é um opção, oportunidade a ser analisada. O Embaixador será seu chefe no exterior, além do Diretor de operações de Inteligência, claro.
Trabalhar no exterior com um emprego estável no governo é um sonho para muita gente! O máximo da sofisticação, status e reconhecimento. Claro que sua aprovação no concurso ABIN e posse no cargo de Oficial de Inteligência não garante que você trabalhará na cidade dos seus sonhos no Brasil, muito menos no exterior. Mas a chance existe!
Lembra da vantagem que mencionei dos candidatos que, além do Inglês, dominam o idioma Árabe ou Chinês Mandarim? São assuntos secretos que não poderiam constar do Edital…
Depois, com a experiência e rede-de-relacionamentos de anos de vivência na Atividade de Inteligência no exterior você poderá abrir sua própria firma de consultoria internacional, assunto para outro post.
Do profissional de Inteligência ideal da ABIN
Esqueça os filmes de espionagem sobre a Guerra Fria, o choque ideológico entre o império anglo-estadunidense liderado pelos Estado Unidos da América (EUA) e seu sistema capitalista e o império russo autodenominado União das Repúblicas Soviéticas Socialistas (URSS) e seu comunismo, um capitalismo não-liberal porque sem propriedade privada e orientado direta e exclusivamente pelo Estado.
O profissional de Inteligência da contemporaneidade sabe que o império russo implodiu em 1989, prevaleceu no mundo todo um só sistema econômico capitalista – até a China comunista só sobreviveu e se desenvolveu por causa das suas “Zonas Econômicas Especiais” – e agora a guerra não é exclusivamente entre Estados nacionais para imposição de modelos mentais ou doutrinas políticas e econômicas, mas, entre corporações e grupos econômicos.
O próprio ex-Agente da CIA Edward Snowden revelou ao mundo, por meio do jornalista Glenn Greenwald e seu livro Sem Lugar Para Se Esconder – Edward Snowden, A NSA e A Espionagem do Governo Americano, que existe uma aliança entre os 5 países de língua inglesa mais ricos do mundo, EUA, Reino Unido, Canadá, Austrália e Nova Zelândia, formam um bloco chamado “FIVE-EYES”, com o objetivo de realizar espionagem em massa das populações e compartilhar dados e informações.
O Analista da CIA Edward Snowden traiu segredos de Estado e denunciou o que chamou de “espionagem em massa” praticada pelos Estados Unidos da América e demais países do bloco “FIVE-EYES”
Edward Snowden e Glenn Greenwald alertam que a segurança e a “caça ao terrorismo” são apenas disfarces para uma sofisticada ação de coleta de segredos industriais, deixando clara a importância da questão econômica para os assuntos de Estado.
Nesse sentido, quem tem perfil inovador ou empreendedor pode se destacar como Oficial de Inteligência especializado em Inteligência Competitiva (IC), a parte da Inteligência que cuida especificamente de questões econômicas e da espionagem industrial. Apesar de destacarmos Michael Porter como o pai da Inteligência Competitiva, foi Allan Pinkerton que inovou com a aplicação do serviço secreto às indústrias em capitalismo incipiente da metade do século XIX.
São estudos sobre marcas, patentes de invenção, modelos de utilidade, programas de computador (softwares), cultivares, “cepas”, métodos, enfim, tudo que pode ser produzido pelo ser-humano e é capaz de transformar indústrias, aumentar ganhos em escala impressionante e gerar riquezas para uns e desestabilizar a economia de outros, logo, informação estratégica que pode gerar cobiça primeiramente acerca de sua existência e, depois, sua conquista ou exploração pioneira. Exemplos: Óleo do pré-sal, energia solar, smartbikes movidas a energia elétrica e munidas de Internet das Coisas (IoT) etc. (Vide Inteligência & Indústria – Espionagem e Contraespionagem Corporativa, Capítulo 26 Caravelas, tear mecânico, iPhone e outras inovações surpreendentes).
Perfil técnico, Conceito profissional
O profissional de Inteligência, principalmente o Oficial de Inteligência, o “007 brasileiro”, deve ter bom Conceito profissional, a capacidade técnica necessária para analisar o tempo e o ambiente em que se encontra, do ponto de vista mundial, regional e local, bem como ter capacidade de aprendizado das coisas porque o mundo muda, as coisas mudam.
O perfil ideal do profissional de Inteligência é a pessoa inteligente, com coragem e sagacidade mental, ou seja, com inteligência acima da média testada em circunstâncias adversas, não inteligentes que demoram para pensar como profissionais de “gabinete” ou “bitolados”, aqueles com boa formação, porém, que recusam aprender algo novo. Sem conhecimento das tecnologias atuais, melhor desistir da carreira de Inteligência de Estado.
Mas tem que ter inteligência emocional ou ao menos ser capaz de gerar empatia, ser comunicativo, simpático e gostar de trabalhar em grupo. Pessoas tímidas, que se isolam ou se acham mais produtivas em trabalho “solo”, ou o que é pior, que não conseguem fazer amizade e contato com fontes de informação privilegiada, os chamados “nerds”, que lidam ferozmente com máquinas mas que não convencem uma garota a lhe contar um segredo, na minha modesta opinião não servem como profissionais de Inteligência.
Fator importante é o domínio de um ou mais idiomas estrangeiros, preferentemente o Inglês fluente. Não saiu no Edital do concurso ABIN nem em sua retificação do dia 8 de janeiro de 2018, mas, o domínio do Chinês Mandarim ou Árabe pode classificar o candidato com mesma pontuação dos demais, probabilidade que existe especialmente depois de a retificação do Edital do concurso ABIN chamar a atenção para
Geopolítica mundial, matrizes energéticas e suas repercussões internacionais; Política e segurança pública, Política Nacional de Defesa, Estratégia Nacional de Defesa e o Livro Branco de Defesa Nacional; Direito Penal, crime organizado; Direito Administrativo, Decreto nº 6.170/2007, Portaria Interministerial CGU/MF/MP nº 424/2016 e suas alterações; Direito Penal, tráfico ilícito e uso indevido de substâncias entorpecentes, crime organizado, “lavagem” de dinheiro ou ocultação de bens, direitos e valores – esse um dos principais serviços de Inteligência privada da Montax Inteligência -, abuso de autoridade, estatuto do desarmamento, crime de interceptação telefônica, crimes de terrorismo, crimes contra a segurança nacional, crimes de fraude à licitação; Direito Processual Penal.
Se a intenção é coletar dados e informações acerca de oportunidades ou ameaças no exterior, muitas delas de fontes abertas como a Internet e imprensa estrangeira, a não ser que essa ameaça venha de Portugal, Moçambique ou Angola as informações só serão coletadas e analisadas “em primeira mão” por agentes com conhecimento da língua falada no local de origem da informação acerca da oportunidade ou ameaça.
Pena que o concurso ABIN, mesmo com tantas provas e curso de formação e testes psicológicos, pode não ser eficaz na contratação e recrutar, a soldo do Tesouro Nacional, enfim, do contribuinte brasileiro, profissionais de Inteligência que não produzem Conhecimento de Inteligência (MEDEIROS, Francisco José Fonseca de; Os Sentidos do Lobo – Os Segredos da Inteligência Competitiva).
Perfil político ou ideológico e Conceito moral
O profissional ideal da ABIN é aquele cidadão do Brasil que, independentemente de sua ideologia econômica ou política, se liberal ou estatista, de direita ou esquerda, ou social-democrata ou “centro” (em-cima-do-muro), deve coletar informações acerca de eventuais ameaças externas à soberania do País, se de onde vier a ameaça e contra quem for.
O Oficial de Inteligência deve proteger a soberania nacional, não importa se as ameaças forem correntes políticas liberais ou neoliberais dos EUA ou megaespeculadores do Reino Unido ou grupos econômicos investidores da China comunista, enfim, se as ameaças forem econômicas ou politicas, ameaças reais (guerra) ou ideológicas, de mudança do modelo mental ou de religião proibida (como no caso de seitas satânicas que sacrificam crianças ou seitas canibais, como a Cartel do Brasil (2012) e a do policial de Nova York Gilberto Valle (2013).
E também não importa se o Oficial de Inteligência está descontente com o governo atual ou se ficou magoado com a preterição em cargo de confiança ou de direção.
O Oficial de Inteligência deve ser um nacionalista que entende que os interesses do Povo estão acima dos interesses dos políticos do governo da situação, mas, eles são os líderes ocasionais da nação. E a mudança de governo ou de regime, sempre visto como uma vulnerabilidade ou oportunidade a ser explorada por potências adversárias, não pode servir de pretexto para interesses pessoais.
O serviço público é um serviço dedicado ao Povo, inclusive aos seus líderes.
Daí o Conceito moral, honestidade e forte senso de patriotismo e disciplina que devem permear o espírito do profissional de Inteligência.
Não é um trabalho simples, tem que ter vocação. Acredito que menos de 50% dos aprovados no concurso ABIN tenham vocação para o trabalho de Inteligência. A outra metade eram apenas de concurseiros em busca de emprego público, de uma carreira estável. ABIN deve transformar esses meros concurseiros que decoraram bem a matéria em verdadeiros profissionais de Inteligência.
Sobre a questão lealdade patriótica versus capacidade de confraternizar com o adversário, o que é típico do bom profissional de Inteligência – como o é de muitos Diplomatas, que inclusive são louvados por isso -, peço licença ao leitor para transcrever um parágrafo do Capítulo XIII intitulado O emprego de espiões de A Arte da Guerra de autoria do general Sun Tzu (século V a.C.), ao tratar dos evidentemente, da Inteligência Militar, porque o escravismo e a espoliação de guerra pura e simplesmente era o sistema econômico da época, e falar especificamente sobre um tipo de profissional de Inteligência que ele chamou de espião sobrevivente:, e que apesar da antiguidade revelam características exigidas aos profissionais de Inteligência, mas, que, por lei, não serão realizadas no Edital do concurso ABIN:
“Espiões sobreviventes são os que trazem notícias do acampamento inimigo. Esta é uma espécie comum de espiões, que devem constituir parte regular do exército. Seu espião sobrevivente deve ser um indivíduo de grande sagacidade, embora no aspecto pareça bobo; externamente desprezível, mas, com uma vontade de ferro. Deve ser ágil, robusto, dotado de força física e coragem, inteiramente acostumado a toda espécie de trabalho sujo, capaz de suportar fome, frio e conspirar com a vergonha e a ignomínia” (Inteligência & Indústria – Espionagem e Contraespionagem Corporativa, Capítulo 02 Sun Tzu, o pai da espionagem).
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SOBRE O AUTOR
Marcelo Carvalho de Montalvão é diretor da Montax Inteligência, franquia de Inteligência & Investigações que já auxiliou centenas de escritórios de advocacia e departamentos jurídicos de empresas como Cyrela, LG Eletronics, Localiza Rent A Car, Sara Lee, Kellog, CWA Consultores, Geowellex, Sonangol Oil & Gas, Chinatex Grains and Oils, Generali Seguros, Estre Ambiental, Magneti Marelli, Banco Pan, BTG Pactual, Banco Alfa, W3 Engenharia e muitas outras marcas.
Advogado criminalista especialista em Direito Penal Econômico e crimes financeiros como fraude à execução, “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores e engenharia reversa da blindagem patrimonial para a solução de fraudes milionárias.
Autor do livro “Inteligência & Indústria – Espionagem e Contraespionagem Corporativa” e do “Manual de Inteligência – Busca de Ativos & Investigações” comentados AQUI.
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